sábado, 17 de setembro de 2011

ATENÇÃO: Esta suspensa a rodada deste final de semana da Liga Infantil de Artigas por motivo das chuvas, ficando para outra data os jogos da 2000 contra o Rampla, 2002 contra Atletico Pintadito e 1998 contra San Miguel.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Jogador joão Vitor um dos destaques da 2000

Por Lino Soares - 12/09/11.

Na 7ª rodada da categoria 2000 no Sábado 10 de setembro no Petit Estadio a escolinha empatou com Nacional em 0x0. No domingo 11 também no Petit Estádio pela 6ª rodada a categoria 2002, venceu o San Miguel por 2x0 e na categoria 1998 pela 5ª rodada venceu o Chana na sua cancha por 2x0.
 
Na 2000 os quatro primeiros colocados empataram e permaneceu inalterado a classificação com a escolinha em quarto lugar.

Na 2002 com a vitória a Ruben Paz/AABB subiu uma colocação estando agora em 5º lugar.

Na 98 apesar da vitória sobre o Chana a escolinha permaneceu na 5ª colocação.

Por Lino Soares - 06/09/11

Na 6ª rodada da categoria 2000 no Sábado 13 de agosto no Petit Estadio às 16:10hs a escolinha venceu o San miguel por 8x2. No domingo 14 de agosto também no Petit Estádio às 12:00hs pela 4ª rodada a categoria 2002, foi derrotada pelo San Eugenio por 3x0 e às 18:05 a categoria 1998 pela 3ª rodada perdeu para o Zorrilla por 3x1.

No ultimo final de semana foi de vitória em todas as categorias, na 2000 mais uma vitória dessa vez a vitima foi o Deportivo Pintadito que levou 6x0, já a categoria 2002 se recuperou em cima do Chana vencendo por 3x0 e a 1998 goleou o tradicional San Eugenio pelo placar de 6x1.



A classificação até o momento é a seguinte:

-após cinco rodadas a categoria 2002 esta em 6º lugar com 7 pts a 8 do lider Peñarol

-na Categoria 1998 em quatro rodadas ocupa o 5º lugar com 6 pts a 3 do líder Peñarol

-Já a Categoria 2000 em sete rodadas ocupa o  4º lugar com 16 pts a 3 do líder Rampla

Escolinha na Liga de Artigas - Uruguai



Categoria 2000 em busca do primeiro título

Pelo segundo ano após filiar-se na Liga Escuela de Fútbol Infantil de Artigas, a Escolinha Ruben Paz/AABB esta realizando uma belíssima campanha, onde já participou dos campeonatos nas categorias nascidos em 1999 e 2001 (bi-campeão), estando disputando no momento os campeonatos 1998, 2000 e 2002.

Por Lino Soares - 03/09/11.

Na categoria 1999 não fez um bom campeonato e ficou em 7º não se classificando para a segunda fase, mas a campanha foi boa onde teve destaque as vitórias sobre Wanders e Zorrilla clubes de expressão na cidade de Artigas, também venceu a San Miguel e Missiones, empatou com Nacional, Rampla e Pintadinho e foi derrotado por Peñarol (Campeão), Chana e La Luz e participação do atleta das categorias de base do Internacional de Porto Alegre, Léo Venzon que fez o gol da vitória no jogo contra o Zorrilla.

Estão em disputa os campeonatos 2000, 2002 e 1998, esse ultimo um dos campeonatos mais disputado tendo em vista que é o ultimo ano dessa categoria quando no próximo passarão a disputar o sub-15 no futebol de campo, nessa categoria a Ruben Paz tem muita chance de sagrar-se campeã tendo em vista a qualidade do time, com a união e o conjunto de muitos anos jogando junto, sendo a maioria dos seus jogadores os campeões do JERGS 2010,  a dificuldade nesse campeonato será as dimensões do campo (futebol sete), com duas rodadas disputadas tem 50% de aproveitamento com uma vitória sobre Misiones por 9x1 e derrota para o Penãrol no ultimo domingo por 2x1 com um gol contra no final da partida quando o jogo ia para um empate em 1x1 e no campo do adversário.

Outra equipe com chance de titulo é a categoria 2000, onde se destacam os jogadores Pato, Eric, Omar, João Victor e Carlos. Já tem três vitórias, contra Misiones 4x0, Zorrilla 4x0, San Eugenio 7x0, empate contra Chana 1x1 e derrota contra Peñarol 3x1.

A categoria 2002 tem 50% de aproveitamento nesse inicio de campeonato tendo vencido Misiones por 3x1, empate contra Zorrilla em 2x2 e derrota novamente para Peñarol por 4x2 sempre um tabú a ser quebrado, mas até o momento sem êxito.

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Terça-Feira, 05 de fevereiro de 2008

O Esporte como lazer

Professores de educação física devem usar a atividade física como meio de descontração e obtenção de satisfação para os alunos

Autor: Fernando Afonso Mendes Júnior *

O esporte é o exercício físico mais praticado por toda a sociedade brasileira, que pode ter diferentes objetivos para a sua prática. Dentre esses objetivos podemos citar:

• O esporte como competição: objetiva a vitória, exige uma série normas para sua atuação, a cobrança pela vitória é sempre muito grande, é seletivo e segue as regras promovidas pelas suas confederações.
• O esporte como estética: objetiva a busca pela saúde, por uma melhor definição corporal, seja ela para emagrecer, para manutenção ou para melhorar a resistência cardiorrespiratória.
• O esporte como lazer: objetiva um momento de alegria, descontração, a busca pela confraternização entre amigos e familiares, nem sempre segue as regras oficiais e muito menos é seletivo.

O esporte como lazer é o principal instrumento que os professores de educação física escolar têm para poderem desenvolver seu trabalho da maneira mais agradável, uma vez que seja praticado da maneira correta.

Não restam dúvidas que, durante uma aula de educação física, vão existir alunos mais habilidosos do que outros. Saber como trabalhar com essas diferenças é um dos grandes desafios do professor.

Diante disso, cabe ao professor buscar alternativas que impeçam a exposição do aluno menos habilidosos a passar por momentos desagradáveis, buscando também a inclusão de todos os participantes, inclusive dos alunos de sexos opostos.

É de fundamental importância que durante as aulas de educação física o esporte seja sempre praticado buscando o lazer. Para isso, como estratégia, o professor pode fazer algumas transformações nas regras oficiais, objetivando sempre a descontração e o incentivo de todos os participantes para que desta forma, todos os alunos tenham prazer em participar da aula.

Diante dessas afirmações, cabe ao profissional de educação física buscar alternativas para que a prática do esporte como lazer seja desenvolvida dentro de seus objetivos, praticada no ambiente escolar, projetos sociais, em clubes ou em qualquer outro ambiente.

Fernando Afonso Mendes Junior é especializado em futebol pela Universidade Federal de Viçosa.

Sexta-Feira, 08 de fevereiro de 2008

Aspectos fisiológicos que determinam o alto rendimento esportivo

Quando se fala em desempenho físico não se sabe ao certo, principalmente entre os leigos, de onde vem o segredo de uma carreira vitoriosa no esporte de alto nível. No entanto, se estudarmos com um pouco mais de profundidade e paciência as características e mecanismos de nosso imenso sistema neuro-endócrino-muscular, esclareceremos algumas dúvidas sobre o grande fenômeno do sucesso esportivo.

Para se conseguir uma boa performance no esporte de alto rendimento (competitivo), seja profissional ou de níveis amadores, o atleta vai depender de alguns fatores fisiológicos, genéticos e/ou estimulado por meio externo, influentes e determinantes do desempenho, tais como: tipo de treinamento imposto para determinada modalidade.


Tipos de Fibras Muscular

O ser humano é dotado geneticamente de dois tipos básicos de fibra muscular, podendo predominar uma ou outra. A primeira de coloração vermelha, é chamada de Tipo I ou de contração lenta; a segunda, de coloração branca, é chamada de Tipo II ou de contração rápida.

Tipo I – As fibras de contração lenta, também chamadas de oxidativas (aeróbicas), por dependerem do oxigênio que respiramos para a sua contração, são menores e mais fracas, com menor poder hipertrófico (aumento da secção transversa do músculo – volume muscular) e taxa de disparo axonal (impulso motor). Porém, possuem alta resistência à fadiga, favorecendo assim atletas de provas do tipo endurance (resistência aeróbica). Ex: Maratona.

Tipo II – Subdivididas em IIa (glicolítica-oxidativa ou intermediarias), as fibras de contração rápida, dependentes de carboidrato e daí classificadas como glicolíticas (anaeróbicas), são maiores e mais fortes, possuindo um maior poder hipertrófico e taxa de disparo axonal, tendo moderada (Ila) e baixa (Ilb) resistência a fadiga, ideal para atletas de velocidade e movimentos explosivos. Ex: 200m rasos e ginástica olímpica.

Um terceiro subtipo de fibra, as do tipo Ilc, são mais raras e indefinidas ate o inicio da puberdade. Segundo estudos anteriores e algumas bibliografias, se a criança for submetida a esforços de alta intensidade antes deste período, as fibras Ilc se tornarão permanentemente Ila ou Ilb, caso contrario serão fibras do tipo I.

As fibras musculares obedecem a uma ordem sincrônica de recrutamento chamada “PRINCIPIO DO TAMANHO” (Henneman, 1979), fazendo com que as fibras vermelhas (menores), sejam contraidas primeiro que as brancas (maiores), porem, movimentos velozes e potentes, que exijam muita força e maior capacidade contrátil, não obedecem a este principio, recrutando diretamente as fibras de contração rápida, especialmente as do tipo Ilb.


  Por Diéckson dos Santos – Bacharel Treinamento Físico e Esporte – CREF. 010648-G/RS

Publicado no Jornal Folha de Quaraí, em 03/02/08.

Terça-Feira, 05 de fevereiro de 2008

MANGA - Um idolo brasileiro e Uruguaio


Raio-X – Goleiro MANGA

Nome: Aílton Corrêa de Arruda (Manga)

Data de nascimento: 26 de abril de 1937, no Recife, PE.

Clubes: Sport (55 a 59), Botafogo (59 a 68), Nacional-URU (68 a 74), Internacional (74 a 77), Operário-MS (77), Coritiba (78), Grêmio (79) e Barcelona-EQU (80 a 82).


Títulos: Campeonatos Pernambucano pelo Sport (55, 56 e 58); Carioca (61, 62, 67 e 68) e do Rio-São Paulo (62, 64 e 66) pelo Botafogo; Uruguaio (69, 70, 71 e 72), da Libertadores (71) e do Mundial Interclubes (71) pelo Nacional-URU; Gaúcho (74, 75 e 76) pelo Inter e (79) pelo Grêmio; Brasileiro (75 e 76) pelo Inter; Parananense (78) pelo Coritiba; e Equatoriano (81) pelo Barcelona de Guayaquil.


LONGEVIDADE CAMPEÃ

Não há uma regra específica que obrigue goleiros renomados a terem carreiras longas, mas alguns nomes se consagraram por terem passado muito tempo debaixo das traves com sucesso. Casos como o do italiano Dino Zoff, do alemão Sepp Mayer, do inglês Peter Shilton, do português Victor Damas, do argentino Amadeo Carrizo, do mexicano Antonio Carbajal... Enfim, de uma longa lista, que aceitou a entrada de um brasileiro para dar um pouco mais de brilho a este seleto time da camisa um: Aílton Corrêa de Arruda, o Manga.

Nascido no Recife em 1937, o filho de seu José Domingos e dona Élida Corrêa vem de uma linhagem de jogadores de futebol, que incluía dois de seus irmãos: Alemão, ex-zagueiro do América-RJ, e Manguito, ex-goleiro do Olaria. Dos três, porém, foi Manga quem chegou mais alto, conquistando títulos por praticamente todas as equipes pelas quais jogou.

Isso desde 54, quando começou no juvenil do Sport. No ano seguinte, já se consagrou campeão estadual da categoria sem sofrer gols. O desempenho lhe valeu proposta precoce do Vasco da Gama, mas o Leão da Ilha do Retiro pediu muito alto para deixá-lo ir e ele continuou defendendo as cores do clube do Recife.

Ainda em 55, a permanência em Pernambuco valeu ao ainda jovem Aílton uma vaga no time principal do Sport, ainda que de maneira inesperada. Comandados pelo técnico Dante Bianchi, os rubro-negros excursionavam pela Europa com Oswaldo Balisa como dono das traves. Balisa se machucou na estréia contra o Sporting-POR e foi substituído pelo reserva Carijó. A diretoria do clube chegou a propor ao treinador a compra de um novo arqueiro, mas Bianchi preferiu que mandassem buscar o jovem talento que ele tinha no time juvenil, ainda no Recife. Chegou e virou titular do time, de onde só saiu quando foi para o Botafogo, em 59.

Foi também em 55 que Aílton recebeu a alcunha de Manga. “Ganhei o apelido por causa do goleiro do Santos, que era o papão da época e se chamava Manga. Não foi por gostar da fruta. Tenho horror a manga”, explicou em entrevista da época, talvez constrangido. Mais para frente, a versão mudou, com a inclusão de um primo na história. “Ele me disse que, por causa da minha varíola, minha cara ficou com crateras do tamanho de mangas. Pegou o apelido”, afirmou, duas décadas depois.


PRIMEIRA PARADA: BOTAFOGO

Três títulos do Campeonato Pernambucano, e o Sport não conseguiu mais segurar sua revelação. Em 59, Manga iria para o Botafogo para nova consagração: no total, foram quatro títulos estaduais e três do Rio-São Paulo em nove anos defendendo o clube da Estrela Solitária. Todos com os dedos tortos, resultado de fraturas mal-recuperadas que recusararam uma cirurgia corretora paga pelo próprio Carlito Rocha, lendário presidente do Botafogo na época.

As boas atuações de Manga no Rio de Janeiro valeram a ele a convocação para a Copa do Mundo de 66, na Inglaterra. Apesar de ser originalmente reserva, ele acabou assumindo a vaga de Gilmar na partida contra Portugal. A derrota por 3 a 1 para o time de Oto Glória serviu não apenas para selar a eliminação do Brasil no Mundial como para encerrar o ciclo de Manga na seleção, da qual foi banido após ser pego acompanhado na concentração.

Não foi, nem de longe, o melhor momento da carreira do goleiro. Na conquista do Campeonato Carioca de 67, contra o Bangu, Manga foi um dos responsáveis pelo placar de 2 a 1 que evitou o bicampeonato dos alvirrubros.

Ainda assim, não foi perdoado pelo jornalista João Saldanha, que o acusou de ter facilitado no lance do segundo gol do Bangu, anulado pelo árbitro Antônio Viug. No primeiro encontro entre os dois após a partida, João mostrou o porquê do apelido de “João sem medo”: deu um tiro para o chão, do qual Manga escapou em desabalada carreira, saltando um muro e deixando o Botafogo em 68, depois de 445 partidas.


CONQUISTA (E GOL) NO URUGUAI

Fora do Glorioso, Manga resolveu encarar o desafio de jogar no Nacional, do Uruguai, aos 30 anos. Estreou no clube charrúa em 7 de setembro de 68 contra o Danúbio, sem sofrer gols. No total, foram 339 minutos invictos logo nos primeiros quatro jogos. A passagem pelo futebol cisplatino ainda valeu ao pernambucano uma série de títulos, dentre os principais a Libertadores de 71, vencida contra ninguém menos do que o Estudiantes de la Plata, então tricampeão da competição. No final do ano, o time ainda venceria o Panathinaikos no Uruguai e se sagraria campeão do Mundial Interclubes.

A passagem pelo futebol uruguaio deu muita dor de cabeça para Manga, que perdeu muito dinheiro nos cassinos locais. Mas também rendeu a ele o reconhecimento da exigente torcida tricolor, que se manteve invicta em 16 clássicos consecutivos contra o Peñarol graças às boas atuações do time que tinha - além de Manga - Ancheta, Mujica, Montero Castillo, Artime e Morales.

Manga conquistou ainda o respeito do técnico do clube, Washington Etchamendi, que tentou naturalizá-lo uruguaio – em vão, já que Manga pretendia defender a seleção brasileira em mais uma Copa do Mundo e mostrar que havia sido um injustiçado em 66. Não conseguiu.

Ainda no Nacional, mais exatamente no dia 30 de maio de 74, Manga marcou seu único gol como profissional. Foi no jogo contra o Racing, batendo um tiro de meta, no qual a bola foi mais para a frente do que o camisa um imaginou. Tanto foi que acabou encobrindo o goleiro Posadas, adiantado. Calcaretta ainda se posicionou para receber o lançamento e empurrá-lo para o gol vazio, mas preferiu acompanhá-lo e apenas evitar que a bola saísse, sem tocá-la para não atrapalhar o momento histórico.

O lance serviu para encerrar com ainda mais brilho a passagem de Manga no futebol do Uruguai. Aos 37 anos, ele já tinha quilometragem e títulos suficientes para pendurar as chuteiras com o dever cumprido. Ainda assim, sua segurança embaixo das traves continuava despertando o interesse de diversos clubes do Brasil. Ainda em 74, o folclórico presidente Vicente Matheus tentou trazê-lo para o Corinthians, mas não conseguiu entrar em acordo com o Nacional quanto à forma de pagamento. Para alívio de Manga, seu passe acabou sendo negociado com o Internacional.


GLÓRIA DO DESPORTO NACIONAL

O grande problema de Manga em jogar no Parque São Jorge, dizia o próprio, era a pressão que iria sofrer, uma vez que o clube não conquistava um título desde o Paulista de 54. “No Corinthians, o goleiro é ainda mais sacrificado do que em outros times. Quantos não desapareceram depois de pequenos insucessos, comum e cabível a qualquer profissional? Há o desespero e, além de jogar, também cabe a ele a tarefa de orientar, reorganizar tudo ali atrás. E às vezes a gente se perde um pouco. Não há goleiro que agüente”, justificou, em entrevista ao jornal A Gazeta Esportiva na época.

No Inter, que já havia faturado o pentacampeonato gaúcho entre 69 e 73, Manga chegou para ser a cereja do bolo. Esteve presente nos três títulos estaduais que ainda viriam, naquela que seria a maior série de títulos consecutivos de um clube no Rio Grande do Sul: oito. Não contente com o domínio estadual, Manga foi campeão brasileiro com o time em 75 e 76. No primeiro, atuou em todos os 81 jogos do time no ano; no segundo, conquistou o título quase aos 40 anos, o que o tornou o jogador mais experiente a levantar a taça nacional da história – recorde até hoje inigualado: Manga foi campeão com o Inter aos 39 anos, sete meses e 16 dias.

Procurado pela própria diretoria do Inter, Manga renovou até 77. Foi um dos poucos, já que o time começou a se desfazer do elenco campeão que tinha em mãos  “Sem que ninguém conseguisse entender, o Internacional resolveu desfazer aquele timaço que jogava por música, sob o comando do competente treinador Rubens Minelli”, explicou,  na ocasião. “Sinceramente, tenho saudades daquele time e daqueles companheiros. Pena que tudo tenha sido desfeito.”

Porém, não durou muito mais a permanência do experiente goleiro; ainda em 77, o Colorado resolveu trazer o paraguaio José Benítez, do Olímpia, para disputar posição com o então campeão brasileiro. Insatisfeito com o banco, aos 40 anos, Manga resolveu deixar o Beira-rio – embora a aposentadoria não fizesse parte de seus planos. “Nunca fui reserva em toda minha carreira, mas o Internacional me desprezou e quis me colocar no banco depois da contratação do Benítez, que jogou na seleção paraguaia. Não aceitei essa condição e deixei o clube”, admitiu.


CAMPEÃO AINDA NO FIM

Entusiasmado com sua saída de Porto Alegre, o Atlético-MG ainda tentou contratá-lo para dar mais segurança à sua defesa. Manga não foi e acabou surpreendendo ao acertar com o Operário-MS para a disputa do Brasileirão. Surpresa maior viria mais tarde, quando o time do técnico Carlos Castilho conquistaria a terceira colocação dentre os 62 que participaram da Copa Brasil, o Brasileirão daquele ano.

Em 78, seria hora de deixar Campo Grande e encerrar a carreira, certo? Errado! Uma passagem rápida pelo Coritiba, mas que rendeu a ele o título de campeão paranaense. Em 79, a aposentadoria é adiada mais um pouco para voltar para Porto Alegre, onde, já em fim de carreira, jogou exatamente pela metade azul da capital gaúcha. Aos 44 anos, Manga virava titular do Grêmio para confirmar ser o melhor goleiro do Brasil, como dizia. “Sou muito mais eu do que muito goleiro de 20 anos”, dizia o camisa um, que ainda garantia ser “igual ao vinho; quanto mais velho, melhor”.

Ok, um título gaúcho a mais na carreira, 42 anos, e Manga vai parar, certo? Que nada: em 80, com 25 anos de carreira, ele ainda aceita seu último desafio internacional, atuando pelo Barcelona de Guayaquil, onde foi campeão equatoriano de 81. No ano seguinte, aos 45 anos, ainda recebeu propostas de diversos times brasileiros, como Paysandu, Sport e Sampaio Corrêa, mas resolveu que havia chegado a hora de encerrar a vioriosa carreira.

Aposentado, Manga preferiu continuar no Equador, onde se tornou treinador de goleiros e garantia não ter se arrependido de ter prolongado tanto a carreira. “O que vale ao jogador é sua condição física e técnica, nunca a idade”, garante o goleiro, com um balanço positivo dos anos que dedicou ao esporte. “No futebol, tive muito mais alegrias do que tristezas. De todos os títulos que disputei em minha carreira, só não consegui mesmo a Copa do Mundo. Mas não há motivo para lamentações, pois isso também faz parte da carreira do jogador.”

Manga vive em Miami, nos EUA, onde ensina futebol à colônia hispânica local e aposta: poderia ter continuado em campo. “Se eu jogasse na Europa, garanto que poderia agüentar até os 50, tranqüilamente.”

Por Emanuel Colombari - Jornal A Gazeta Esportiva

Seleções que gostaríamos de ver: Seleção do Pampa

O mundo inteiro sabe que ninguém joga futebol como o brasileiro. Os alemães têm uma fibra fora do comum, os italianos têm o melhor senso tático, os africanos são os mais rápidos e habilidosos e os latino-americanos são os mais malandros. Todos eles são muito bons em suas respectivas especialidades. A diferença é que nós, brasileiros, somos a mistura de tudo isso. A força do nosso futebol, como de nossa cultura, decorre justamente da presença das muitas etnias que compõem o nosso povo. Dos germânicos Dunga e Taffarel, gélidos e intrépidos comandantes que fariam inveja a Otto Von Bismarck, aos latino-americaníssimos Garrincha e Romário, o futebol brasileiro é a síntese sublime das maiores virtudes do futebol. A seleção de 70 tinha negros, mestiços e brancos. Descendentes de italianos (Félix, Piazza e Rivelino), portugueses (Brito, Clodoaldo, Gérson e Tostão), negros (Pelé e Everaldo) e mestiços de todos os anteriores (Carlos Alberto e Jairzinho),, cada um contribuindo com o que tinha de melhor.

Só que este futebol tem um adversário à altura. Não é a Inglaterra, nem a Alemanha, e nem a Argentina, que não incomoda ninguém há muito tempo. É o pampa. Não se trata de um país específico, e sim de um espaço geográfico sem fronteiras, de clima subtropical, maltratado pelo verão inclemente e a geada destruidora de lavouras, habitado por uma raça que não conhece o medo e a cara feia e se orgulha de jamais se dobrar diante do inimigo.

Para inaugurar a seção “Seleções que gostaríamos de ver” escolhemos jogadores que nasceram na mais pampeana das regiões, a fronteira entre Brasil e Uruguai ( as exceções são os que nasceram em Uruguaiana, que faz fronteira com a Argentina, mas é quase ao lado do Uruguai também). Ali habita a essência do gauchismo, o único lugar do mundo onde o portunhol adquriu o status de lingua. Tanto que ali, em Santana do Livramento, foi escrito o Martin Fierro, o épico gaúcho por excelência. O esquema é, naturalmente, uma retranca como nunca se viu: um 3-5-2 sem alas. Mesmo assim, a habilidade não é deixada de lado, ainda que devidamente cerceada pela garra gaudéria. Vamos a ela, portanto:

 lara_t.jpg Eurico Lara (Uruguaiana) - O atleta símbolo do Grêmio. Conhecido como o “Índio de Uruguaiana”, media quase dois metros e morreu da maneira mais gloriosa possível para um gremista: depois de jogar um Grenal e vencê-lo, em 1935. Chegou a ser convocado para a seleção brasileira, mas não pôde se apresentar por ter de cumprir obrigações no exército. Seu nome está no hino do Grêmio.

aguiosccar.jpg   Oscar Aguirregaray (Artigas) - Ídolo no Peñarol e no Inter de Porto Alegre, Aguirregaray foi um típico zagueiro uruguaio: forte como um touro, marcador implacável e violento quando necessário (sim, há momentos em que um zagueiro precisa apelar para a brutalidade), foi titular absoluto da Celeste nos anos 90. Nunca jogou Copa do Mundo porque teve o azar de destacar-se numa época em que o futebol uruguaio amargava uma das piores crises de sua história.

carselnewbizerajoe.jpg  Joe Bizera (Artigas) - Um bom zagueiro do Peñarol que, atualmente, está no Cagliari, da Itália. Jogou a copa de 2002. Outro adepto das canelas quebradas, como convém ao viril futebol pampeano.

pag10_hugo.jpg  De León (Rivera) - Poucos encarnam tão bem o espírito fronteiriço quanto Hugo De León. Campeão Mundial, Continental e Nacional pelo Grêmio de Porto Alegre e pelo Nacional de Montevidéo, capitão da Celeste Olímpica durante muitos anos, um dos maiores zagueiros de um país produtor de zagueiros, De León tem uma parede recheada de troféus. Em campo, ostentava no semblante a força sóbria dos grandes caudilhos do pampa. Conta-se que Zico pedia desculpas sempre que cruzava o olhar com De León dentro de campo: “Desculpa aí, chefe, não quis olhar nos seus olhos. Eu não teria essa ousadia”, teria dito o Galinho. De León, sobranceiro e magnânimo, poupou-o do castigo. Segundo dizem, De León sorriu duas vezes na vida. A primeira, aos dois anos, quando Ponce De León, seu pai,  fez uma cosquinha no seu pé direito. A segunda, e última, foi quando um repórter perguntou se ele jogaria no Inter.

calvet2.jpg  Calvet (Bagé) - Outro atleta vencedor. Raul Donazar Calvet foi campeão do torneio mais importante do pampa - o campeonato gaúcho - pelo Grêmio de Porto Alegre e, para abrilhantar um pouquinho mais essa impecável carreira, foi bicampeão do mundo pelo Santos de Pelé.

imagem222.jpg Gessi (Uruguaiana) - Gessi surgiu nos anos 50. Era a época da bossa nova, de Juscelino Kubitschek, de Elvis Presley, dos galãs do cinema em preto e branco, do jazz, dos beatniks, da elegância blasé e dândi, enfim. Gessi era exatamente assim. Não gostava de jogar futebol - o fazia apenas por dinheiro, para pagar a faculdade de odontologia - e, por isso, não corria em campo: limitava-se a dar passes milimétricos para os atacantes e a driblar, sem sair do lugar, os seus marcadores. Tudo isso sem o menor esforço. Tudo isso entre uma baforada e outra da fumaça da cigarrilha. Tudo isso enquanto dirigia sorrisos encantadores para as moças da arquibancada do Estádio Olímpico. Uma delas chamava-se Elis Regina, que alimentou o sonho de casar com o craque até o fim da vida. Seu currículo espetacular não pára por aí: Gessi foi jogar na Bombonera contra o Boca um dia depois comemorar sua aprovação no vestibular de odontologia enchendo a cara. O Grêmio ganhou de 4 x 1. Quatro gols dele. Nunca o Boca Juniors havia perdido em casa para um time estrangeiro.

rubenpaz.jpg Rubem Páz (Artigas) - Um dos maiores meiocampistas da História do futebol uruguaio, ídolo do Inter de Porto Alegre, do Racing de Buenos Aires e do Peñarol, Rubem Paz era habilidoso, rápido e excelente cobrador de faltas. Seu apelido era “Charrua” - gentílico dos antigos habitantes do Uruguai - pelos seus traços físicos indígenas.

pablo5.jpg Pablo Bengoechea (Rivera) - Mítico meio-campista do Peñarol de Montevidéo, titular da seleção uruguaia na copa de 90, campeão da copa América de 1995, apelidado de “El Profesor” devido ao seu futebol técnico e inteligente. Até os 19 anos só falava portunhol e conservou um sotaque “abrasileirado” até hoje. Seu ídolo de infância era Paulo Roberto Falcão: atravessava a fronteira para assistir aos jogos do Inter contra o Grêmio Santanense, em Santana do Livramento, cidade brasileira vizinha da sua Rivera.

branco.jpg Branco (Bagé) - O último lateral-esquerdo da seleção brasileira. Depois de Branco, iniciou a era dos alas, dos ligeirinhos que prometem ir ao ataque e voltar para a defesa mas não voltam coisa nenhuma. Branco raramente ia: ficava como um cão de guarda na esquerda, fixo, esperando os pobres pontas adversários com os dentes cerrados. Já quando resolvia atacar, presenteava os goleiros adversários com um dos chutes mais fortes da história do futebol mundial. Que o diga Ed de Goeij, goleiro holandês fuzilado pelo canhotaço de Branco nas quartas de final da copa de 1994. Uma vez, antes de um jogo contra a Argentina (que, naquela época, não era  essa reunião de nerds viciados em Winning Eleven, cantores de cumbia e velhotes decadentes que hoje vemos), perguntaram a ele se tinha medo do adversário. Sua resposta: “Tchê, eu não tenho medo de nada! Sou o Branco de Bagé!”.

ramovencar.jpg  Venancio Ramos (Artigas) - Grande atacante uruguaio, jogou duas copas do mundo (82 e 86), titularíssimo durante anos e anos do Peñarol de Montevidéo. Esse aí não dava pancada: recebia, mas nunca reclamou. Afinal, umas canelas quebradas são coisa do jogo. Rápido e muito técnico.

todos_os_brasileiros-chico.jpg  Chico (Uruguaiana) - O mais corajoso atacante do mundo. Apenas isso. Jogou a copa de 50 e disputou clássicos inesquecíveis contra os argentinos, que o odiavam tanto quanto ele os odiava. Antes de um Brasil x Argentina que decidiria o sul-americano de 1945, Chico ouviu de um jogador castelhano a seguinte ameaça:

- Nós vamos te matar! Não entra em campo!

Ao que ele, valente homem do pampa, respondeu:

- Ah,é? Então vão ter que me matar mesmo!

Chico apanhou muito, bateu muito, provocou argentinos , causou uma brigaçada durante a partida e foi recebido em Porto Alegre como herói nacional.

janeiro 13, 2008 Escrito por Lord C | Esportes | |

ARTIGO DA SEMANA...

O perfil do treinador no futebol moderno de alto nível

Exigências do futebol moderno mudaram o perfil desse profissional

Autor: Rodrigo Leitão *

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Quem você contrataria, caso quisesse construir um imóvel; um qualificado engenheiro formado por renomada universidade, ou um também engenheiro formado em desconhecida instituição de ensino com duvidosa qualificação?

Quem você apontaria ser mais qualificado para assumir as terapias de um grupo de pacientes de uma conceituada clínica; um psicanalista com doutorado na área, ou um ex-paciente que por dez anos fez terapia e se sente suficientemente capacitado sobre o assunto?

A obviedade das respostas nem precisaria ser discutida se, ao pararmos para refletir, transferíssemos as perguntas para um contexto mais passional; o futebol.

Esqueçamos os engenheiros, esqueçamos os psicanalistas. Vejamos a pergunta na perspectiva de atuação profissional de um outro sujeito.

Então eu perguntaria: quem você contrataria para ser treinador de futebol de sua equipe, caso tivesse esse poder e atribuição; um profundo conhecedor sobre assuntos que envolvem as táticas, estratégias, sistemas de jogo, fisiologia, treinamento desportivo, nutrição, psicologia, filosofia, etc e tal, ou um ex-jogador de futebol, com grande experiência por ter jogado em grandes equipes, perfil carismático e com grande identificação com a história do clube?

Não é difícil nos convencermos que essa questão já não é tão simples e óbvia quanto aquelas do início do texto.

O futebol, sob a perspectiva técnico-tática evoluiu muito ao longo dos anos. O ritmo de jogo, as movimentações, as jogadas de bola parada, a compreensão do jogador sobre o jogo, os esquemas de jogo, os sistemas, as plataformas... Muitas coisas foram mudando. Funções e novas atribuições surgiram e as exigências a jogadores, equipes e comissões técnicas aumentaram exponencialmente.

E se as coisas mudaram para a preparação do jogo em si dentro de campo, também mudaram as necessidades e os níveis de conhecimentos exigidos do profissional que aparece na linha de frente das equipes (o treinador).

Tradicionalmente admite-se que ex-jogadores de futebol são os "profissionais" mais bem preparados para assumir a função porque têm "experiência no assunto" e portanto os conhecimentos necessários para o trabalho.

O maior equívoco nessa linha de pensamento é que ter experiência como jogador de futebol não garante experiência (nem conhecimento) como treinador de futebol (assim como um sujeito submetido a dez anos de psicoterapia [com grande experiência como paciente] não tem experiência [nem conhecimento] que lhe garanta a atuação como psicoterapeuta).

Então a melhor solução seria alguém com conhecimentos variados, capaz de aplicá-los na prática, no dia-a-dia de treinamentos e jogos?

Ainda que a resposta pareça apontar nessa direção, antes de mais nada, o mais importante é compreender que ter sido jogador de futebol não é condição "sine qua non" para exercer bem a função de treinador.

Há no entanto de se destacar que ainda sim, algumas experiências relativas ao ambiente do futebol podem gerar conhecimentos interessantes para a atuação profissional de um treinador. Então eu diria que a condição obrigatória, para um treinador profissional de futebol, é a sua capacidade transdisciplinar para atuação em seu trabalho.

Isso significa que o treinador de futebol precisa não só ser capaz de dialogar com as várias áreas profissionais que o cercam (o que já é um grande avanço no perfil de um treinador). É necessário (e ousaria dizer, condição "sine qua non") para atuar no futebol moderno, que o treinador conheça bem, e muito, de diversas coisas que cercam a complexidade desse desporto e que, ao mesmo tempo, seja altamente especializado em questões inerentes a especificidade de sua função.

Em outras palavras, os treinadores precisam conhecer de psicologia do esporte, fisiologia, bioquímica, nutrição esportiva, filosofia, pedagogia, informática, sociologia, administração, gerenciamento de pessoas, treinamento desportivo, idiomas, (dentre outros), e especialistas em táticas, estratégias, princípios operacionais do jogo, sistemas de jogo, scout, plataformas de jogo, regras, etc.

E se historicamente no Brasil os números apontam para o contrário, e salientam que grande parte dos treinadores que obtiveram sucesso foram aqueles que também jogaram futebol eu diria que isso é fato óbvio e esperado, porque são eles, os ex-jogadores, aqueles que oportunamente tem maiores chances de exercer a função. Então, em um "universo" consumido pelos ex-jogadores é claro que teremos como vitoriosos os próprios (os ex-jogadores). Certamente aqueles que se dedicaram mais em buscar novos conhecimentos venceram mais. Certamente aqueles que intuitivamente tomaram as melhores decisões em dados momentos tiveram mais sucesso.

Mas por quê não, abrir as portas desse "universo" para a possibilidade de que aqueles que investiram na transdisciplinaridade (ou mesmo na multidisciplinaridade) possam mostrar serviço e colaborar para conquistas e evoluções mais aceleradas do nosso bom e "tradicional" futebol? (mesmo que não tenham sido jogadores profissionais)

E para aqueles que acreditam que esse tipo de discussão é dispensável (afinal sem pensar em todas essas coisas ganhamos tudo que ganhamos - somos pentacampeões) eu diria simples e pontualmente: se fomos campeões mesmo assim, imagine quanto mais teríamos ganhado se as coisas fossem diferentes. E se não queremos deixar isso no campo da imaginação eu desafio: abram as portas do universo e esperem para ver!...

*Publicado no site Cidade do Futebol

Globoesporte.com no Brasileirão 2008: Notícias, Vídeos, Tabela de Jogos e tudo sobre seu Time

Competição em paralelo com formação: Prós e Contras

Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2007

 

 

É um ponto em que, se para muitos é um dogma, para outros continua a ser um centro de questão e debate.
Atualmente, a competição existente na formação de futebol tem “contornos” de competição de adultos, ou seja, jovens em fase evolutiva, lutam para subir, para não descer, para seguir à próxima fase e para vencer campeonatos nacionais.
Isto é apenas um reflexo social, pois se estivermos atentos vemos que estamos numa sociedade cada vez mais competitiva, com mais ânsia de vencer, não olhando os meios para chegar aos fins, uma sociedade que não contempla a vida, não dá espaço ao pensamento profundo, é a sociedade onde quem não é stressado é que está fora do “normal”. Com tanta competitividade não sobra espaço para ter momentos de relaxamento e formação sustentada, criticando o que está mal, ou revertendo a necessidade de ir contra as regras para justificar a vitória.
Urge formar os jovens corretamente, com tempo, com bases sólidas, incutindo valores morais, porque ao formar “hoje” melhor os jovens, vamos ter uma melhor sociedade “amanhã”. É a mais simples verdade, mas que a muitos incomoda ou não lhes convém que assim seja.
Voltando à formação dos jovens futebolistas, a competição é vista por dois grandes grupos, os que são a favor do atual sistema competitivo implementado e, por outro lado, os que defendem somente a formação pedagógica, sem um grande nível competitivo.
Os que argumentam a tese da competição atual têm como premissa a necessidade dos jovens se adaptarem à competição, vivenciando desde cedo o que são as “leis” do futebol, a lei do vencer e não perder e que se não tiverem uma competição real e efetiva não se prepararão para o futuro.
Os que têm a tese de formação pedagógica sem grande competição, argumentam que a pressão exercida sobre treinadores e jogadores é de tal forma grande que leva ao abandono prematuro de jogadores, e a uma evolução não correta.
Eu tenho uma opinião própria, na realidade uma mescla comparativamente aos dois grandes pólos de discussão.
A competição tem que ser equilibrada, não pode exercer uma grande pressão sobre os jogadores e técnicos. Por quê? Devido ao fato de que ao estar pressionado o técnico vai optar por colocar os jogadores mais capazes no momento contrariando a teoria de que na formação deve-se dar oportunidade aos que têm maior potencial e não aos que estão mais aptos no momento, pois isso levará à desmotivação dos jovens potenciais não regularmente utilizados, não ganharão experiência de jogo e com o tempo poderá levar ao abandono da prática da modalidade. Mesmo para os próprios jogadores a pressão de descer de divisão, impedirá que estejam mais relaxados para no jogo evoluírem e explanarem a sua criatividade e perícia, restringindo ao jogo tático e muito disputado. Em nível do treino o treinador não terá tempo para explorar alguns aspectos pertinentes em nível de evolução efetiva do jogador, como a técnica e aperfeiçoamento e treinará e valorizará em grande escala, desde cedo, as funções físicas e fisiológicas do jogador e a exaustão tática. Outro fator importante que é subjugado sistematicamente por esta competitividade é o fator moral. Deixa-se de parte a construção da personalidade sã dos jogadores, para valorizar em demasia a vitória, não olhando os meios para atingir os fins, o que pode tornar o jovem um Homem menos íntegro, se este não souber filtrar a informação e tiver consciência plena do bem e do mal.
Por outro lado não concebo uma evolução sólida de um jogador sem alguma competitividade, pois não saberá lidar com a ansiedade e responsabilidade e poderá negligenciar o treino, ou seja, despreocupar-se-á de trabalhar em plenas condições pois sabe que não tem grande responsabilidade. A presença de competição é um fator fundamental para a evolução sustentada do jovem.
A grande questão está em ativar mecanismos que permitam a remodelação do sistema vigente de competição na formação. Não é saudável uma competição acabar para os clubes que não passam à segunda fase, terminando assim a época prematuramente, sensivelmente em Abril ou Maio, se não mais cedo. Mas o pior é que esses clubes terminam quase que instantaneamente a atividade, ficando os jovens, que necessitam de treino, sem treinar durante quatro meses, por vezes.
Uma hipótese é fazer campeonatos mais prolongados, ou por outro lado competições e torneios amigáveis regionais, de forma a promover a continuidade do funcionamento das equipes. Quanto ao nível competitivo dever-se-á escutar treinadores, dirigentes desportivos, pedagogos, recursos humanos com suporte científico e prático na área de futebol de forma a proceder a uma remodelação salutar do quadro competitivo na área do futebol de formação.



publicado por João Amaral às 15:59

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